sexta-feira, 15 de junho de 2007

Eu...

Porquê voltar ao passado? Porquê odiar o presente? Porquê temer o futuro? Porquê temer quem sou? De onde o medo de desiludir?
Porquê tanta relutância em dizer "Não"? Mas pior... Porquê ter medo de afirmar? Afirmar a minha opinião, a minha presença, a minha personalidade, a minha forma de estar na vida.
Eu não sou aquilo que vivo, eu não penso o que digo, eu não sinto o que dou. Eu não sou o que fizeram de mim!

Eu sou e vivo o que me fotografo sózinha. Eu sou o que escrevo. Eu sou o que danço em frente ao espelho. Eu sou as ocasiões que imagino e vivo na minha cabeça.

Sou uma mentira? Eu tenho uma vida dupla? Sim sou!!! Mas quem me aceitaria se me vissem de verdade?

quinta-feira, 3 de maio de 2007

II


O cansaço, o esgotamento
De tanto esforço sem recompensa;
Os ideais, o pensamento
De uma vida que perdeu a esperança!

Perdida a arte de sonhar
Quase não vale a pena continuar...
Perdida toda e qualquer vontade
Onde voltar para que viver seja arte?

Parece que devagar tudo acabou,
Mal respiro...Parece que tudo parou!
Não consigo encontrar uma saida
Como se a minha vida já estivesse vivida!

Sinto que não tenho nada para fazer
Acabei o que tinha começado.
Corri por todo o lado que tinha de correr
Estou farta de viver das glórias do passado.

Glórias, inglórias
Sofrimentos e sorrisos
Tristezas, alegrias...
Tudo parte dos nossos juizos!

segunda-feira, 2 de abril de 2007


A chuva torrencial

Um mar imenso,

Eu na minha companhia

Com sossego intenso.

Nem um som humano,

Só o mar revolto,

A chuva a crepitar

E o mundo quer parar.

Uma agonia asfixiante

Uma ansiedade estonteante,

Desenterro o passado lacrimejante

Uma dor no peito latejante.

Um sentimento de vazio

Uma culpa que uma mulher sentiu.

Uma menina que cresceu cedo,

Agora mulher que dorme com medo.

Uma infancia não vivida,

Um erro personificado

Um interior massacrado.


Um sorriso sempre forçado,

Um olhar com brilho apagado.

Um reflexo infeliz,

Da menina que sonha com o que sempre quis,

Da mulher que é da solidão imperatriz.

Uma multidão que se amachuca,

Ela ali num espaço sózinho...

Cada um a preocupa,

Mas o desprezo é seu vizinho.

Não quer mais do que paz,

Que não a queiram para o bem

Mas que a deixem para o mal.

Já não se sente capaz

Razão para viver quase não tem.

Injustiçada pela vida

Castigada pelo futuro.

Apanhada pelo passado

Largada pelo presente,

Falsos bem-estar,

Mentirosos risos...

Reais lágrimas

Verdadeiras mágoas.


Escrever é a forma que tem

Para desabafar o que a asfixia,

Nunca pôde dizer o que sentia

Porque nunca podem ouvir...ninguém!

Desabafos ocasionais,

De que se arrepende no minuto a seguir.

A mulher que é de ferro impenetrável

Nunca fraqueja, prefere mentir.

Precisa e pede atenção,

Mas a barreira já está construida...

Só quer calor no coração.

Mas nada derruba tanta agonia vivida.

Observa com desalento

As ruina de tudo o que podia ter sido.

Chora com as mão no peito,

Por cada dia de erro vivido.

Só pergunta o porquê de tudo isto

Quando se vê como um cristo!

Nada, nunca devia ter sido como foi,

Veio ao mundo por engano...

E foi aí que tudo começou!


Pára, respira, enxuga os olhos,

Repara que está no meio da rua.

Que a vida não parou, apenas a sua.

As ruas continuam na azáfama normal...

O regresso a casa continua o usual.

Cai em si e percebe que acabou mais um dia

Que a alma continua vazia!

Que tudo não passou de um momento...

Momento de sufoco

Momento de fraqueza...

Já não aguentou mais

Queria acabar com tudo, e por pouco....

Percebe que nada mais pode fazer

Cresceu o que tinha para crescer

Sonha como vai sempre sonhar...

Consciente que nada vai realizar.

Mulher de olhos tristes

De coração desfeito...

Menina de sonhos que existes...

Acalma-lhe o peito!

Pesquisas