terça-feira, 29 de setembro de 2009

Permanecer inerte...até ao teu regresso



Sombrias as ruas por onde caminho à procura de mim mesma...
Estranhas as sombras que se formam à minha volta...
Medo pavoroso de cada ramo que se quebra, gélido, à minha passagem.
Corro por momentos, ofegante percebo que dei mil voltas e vim parar ao mesmo sítio.
Não encontro saída, e quando amanhecer vou esconder-me numa sombra qualquer...como se a luz do dia me queimasse a alma.
Afinal esconder-me foi o que sempre fiz melhor. E foi no meu esconderijo que me encontras-te.
Foi no meu refúgio que te deixei entrar...e é daqui que te recusas a sair.
Sabes que aqui eu...sou apenas eu...
Sabes que aqui nunca ninguém me encontrou...
Sabes que aqui choro, sorrio, sonho, grito, durmo, dou a volta ao mundo sem sair deste meu lugar.
Sabes que aqui é o único lugar onde fantasiosamente...me sinto segura.
Sabes que aqui...vais conseguir encontrar-me agora.
Como te sabe estar no escuro comigo?
Como te sentes por teres atravesado as paredes que tinha contra o mundo?
E...como te sentes...agora que aqui estás e nada é bonito...porque não sais?
Porque não me deixas ficar aqui submersa numa escuridão só minha?
Quando antes senti que quando ias....já não voltarias mais...agora quando sais e espero ansiosa, de coração sobressaltado e aberto para te receber a qualquer momento.
Não durmo, para te ver chegar. Mal respiro, para quando te tocar novamente sentires o meu suspiro de alívio, tão profundo, tão sincero.
Onde antes eu era o abrigo de mim mesma...agora estou à mercê das sombras, das tuas sombras...
Onde antes não precisava de mais nada...agora preciso só de saber que vais voltar.
O medo do que não vejo é maior que o mundo...e por isso sabes que daqui...eu nunca terei coragem para partir.
E à falta de coragem, a mentira, a fábula e a fantasia de um sentimento que nunca terás...vencem e fazem-me permanecer inerte...até ao teu regresso.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Até que não consiga mais lembrar-te


Há um momento em que a dor se torna tão forte, tão profunda, tão cortante...que simplesmente não se suporta.
Há um momento em que por mais que a minha cabeça viaje para perto de ti, tudo é tão escuro, tão dormente, tão vazio...que o meu corpo não aguenta mais.
Há um momento em que tudo me grita: BASTA.
Talvez me reste agora pensar em nós e quem sabe guardar um memória...sem dúvida é o que farei...pensarei em ti, todos os dias, todos os minutos, a cada segundo...até que a tua imagem de desvaneça. Até que sejas uma vulto, até que sejas uma sombra, até que sejas uma névoa, até que o vento te sopre e deixes de existir.
Lembrar-nos-ei até que fisicamente tal se torne impossível, até que as lágrimas deixem de me encher os olhos quando vejo que não estás para mim.
Pensarei em ti até que o meu coração deixe de disparar quando te vir. Estarei contigo até que o mundo se ponha entre nós, e desapareças para sempre.
Não!! Não me perguntes se é o que quero! Porque o que eu quero não o posso conseguir sozínha.
O que eu preciso, não te posso roubar.
O que nos une tem de ser um circulo...e não uma recta infinita que parte de mim e acaba...onde nunca poderei chegar porque és tão inatingível.
Pensarei em ti, até que não te consiga ver em sonhos.
Mas por favor, não me perguntes, não me peças, não me faças acreditar, não me faças perceber que aí estás.
Se voltares não fujas outra vez....Ninguém pode ser assim tão cruel.
Peço, mas não imploro.
Pensa apenas, mais uma vez: se ainda aqui estou, achas mesmo que quero partir?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

importante sermos, estarmos, querermos os dois...



Talvez eu seja mesmo especial, talvez sejamos os dois.
Gosto de pensar no destino e em como há milhares de coisas que nos acontecem e que fogem ao nosso controlo.
Quem me diz que não existem ligações eternas, engana-se. Quem me diz que não podemos estar ligados a alguém que não conhecemos é porque nunca sentiu nada sem o controlar, é porque nunca pensou em ninguém permanentemente sem o conseguir evitar.

A paixão...cura-a o tempo, e o amor conseguimos sabê-lo em consciência. Mas e quando sentimos sem conseguir dar um nome?
Vivo cada segundo do meu dia como se me contemplasses. Falo como se me estivesses a ouvir. Acordo como se fosses o primeiro rosto que eu fosse ver.
Sonhar contigo perde todo o sentido, quando te imagino na minha mente acordada e de consciência.
Sonhar connosco, ganha outra vida quando me dás rede por baixo do meu trapézio.
Se dás por querer ou sem querer, se dás sabendo que ma vais tirar, se me sorris com falsa confiança, se me falas com falsas palavras e se me olhas com um vazio por trás do brilho dos teus olhos.... não quero saber, pior seria suportar tudo isso sem um pingo de fantasia.
E se me lês e pensas em mim...se me ouves e precisas de mim... se sabes que estou, estando em qualquer parte do mundo...então nenhum cenário pode ser tão negro.
Talvez eu seja importante, talvez sejamos os dois. Talvez seja importante sermos, estarmos, querermos os dois...e sem dúvidar garanto... A minha importância está na minha fantasia, por ti, pelo que me fazes ser, pelo que sou quando penso que...
Tudo o que faço é como se me estivesses a ver...e aí sim, talvez eu seja importante!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Não acredito


Talvez tudo se resuma ao dia em que vou acordar e perceber que não quero.
Talvez tudo acabe e nunca mais seja lembrado no dia em que eu disse que acabou.
Talvez tudo seja tão vazio que não tenha qualquer futuro nem em memórias, sendo preciso apenas dizer que basta!
Mas para dizer, não basta soltar as palavras...preciso acreditar nelas.
E não acredito quando digo que acabou...assim como não acredito quando me dizes que algo existe.
Não acredito em mim, assim como não acredito em ti.
Não acredito no que vejo, não acredito no que sonho, não acredito no que ouço da tua boca, no que leio das tuas letras, não acredito em nós e no mundo que vivemos tão longe daquele que realmente existe.
Não acredito nas letras das músicas que por vezes pareces cantar para mim, não acredito em surpresas que nunca chegam.
Não acredito quando falas em sentir, não acredito em nada nem em ninguém.
Não acredito nos teus olhos quando encontram os meus, não acredito em esperanças que me dás só para me prenderes a um chão que não existe.
Não acredito no teu beijo, não acredito no teu toque e não acredito nos murmúrios doces da tua voz quente e subtil.
Não acredito quando andas a meu lado, não acredito quando a tua mão toca na minha.
Não acredito quando te deixo passar a linha da minha segurança, não acredito em ti, não acredito em nós.
Não acredito naquela noite de luar á beira rio, não acredito naquele final de tarde e não acredito naquela manhã.
Não acredito que te quero fora da minha vida, não acredito que te quero longe, não acredito no que penso.
Não acredito nas minhas palavras, nos meus gritos de liberdade...acredito no que sinto e por isso...não acredito em mim...assim como não acredito em ti.
Não acredito e fujo..mas fujo de ti ou fujo de mim?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Se ao menos


Tantas vezes tentei saber dos teus sentimentos, e tantas outras jurei que não os tinhas.
Horas que passei a olhar-te, a tentar perceber se encontravas o meu olhar e se lias em mim o que sentia por ti.
Dias e noites infidáveis para tentar perceber se tinha algum lugar na tua vida, algum cantinho no teu coração...ou pelo menos na tua memória.
Se ao menos eu soubesse como dizer-te que precisava de ti e que me sentia bem só por ver um sorriso teu.
Agora que sei...palavras tuas, sem nada de falso...afinal nunca me tentaste agradar...Não sei se devo acreditar!
Não sei como interpretar, não sei como pensar e como guardar a tua frase. A frase que me fez ficar sem palavras, a frase que me tirou o sono, a frase que ecoa na minha cabeça! O olhar de surpresa, o reconhecimento de que afinal...importamos!
Será que afinal sempre lá estiveste? Será que quando eu sentia e tu negavas...eu tinha razão? Será que nunca fui, por saber que tu me querias exactamente onde eu estava?
Se sempre estive confusa, agora estou vazia. Como se quisesse eternizar aquele momento!
Se ao menos te pudesse dizer obrigada, se ao menos te pudesse dizer que sempre senti que o sentias por mim. Se ao menos te pudesse dizer que preciso saber mais.
Se ao menos pudesses saber que tudo o que me dás nunca chega, e que nunca fico satisfeita...porque algo me faz sentir que tens mais, muito mais para me dizer e para me dar!

Pesquisas