sexta-feira, 15 de julho de 2016

Notas

A espera em que me mergulhas, um dia vai afogar-me e levar-me da tua vida.
Mas o amor em que me envolves, traz-me à superfície sempre que a respiração me falha...
E eu fico, ao sabor de umas ondas hoje fortes, amanhã inexistentes...
Eu que nunca soube nadar...
Eu que nunca soube esperar...
Eu que nunca aprendi a ficar...
Eu que nunca quis ter...
Eu que nunca fui de ninguém...agora sou, vou sendo. Quero ser... Acho que queres que seja..
Preciso que queiras que seja. 
É doente, é louco, não existe, é brilhante e é triste.
É bom, é calmo, é que sempre quis, é escuro e é feliz.
E se de um dia para o outro tivesses oportunidade de ser quem és por dentro mas escondes do mundo?
Aceitavas? Tinhas coragem? Afinal, se escondes por algum motivo é.
Contavas os teus segredos a uma única pessoa?
Expunhas as tuas fantasias e os teus sonhos? Será seguro que deixes que outro ser humano conhecer-te tão bem como tu mesmo? Claro que tudo fica ainda mais confuso quando alguém te lê os pensamentos, e de repente o que escondes tanto ao ponto de te esqueceres, passa a ser tudo o que mais queres.
Podia pensar que de almas gémeas temos um pouco, não fosse tudo o que me dás de bom ser na mesma medida do que me dás de desespero e loucura.
Não sei se chore de rir, se chore de sufoco.
Dás-me um nó na garganta quando te vejo, como se fosse sempre a primeira vez.
Dás-me aquele arrepio no estômago sempre que me dizes algo que nunca ouvi, dás-me aquele murro no estômago sempre que me fazes duvidar do que disseste há 5min atrás.
Como se me quisesses perto, mas não demasiado segura.
Como se me sossegasses para me fazeres correr uma maratona a seguir.
A intensidade de cada segundo, de cada olhar, de cada palavra, de cada respiração.
Não nada que seja calmo, mesmo estando frente a frente com a pessoa mais calma do planeta.

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